A vida dá-nos sinais, nós só temos que aprender a lê-los. De todas as vezes que perguntei, este fim-de-semana, e, infelizmente, foram muitas mais do que queria e costumo dizer "Mas onde raio é que andas com a cabeça?", ontem recebi a resposta, sob a forma de bolinhos, "E tu, onde raio andas tu com a tua?"
Ofereço-me para ajudar a fazer bolinhos. Diz-me ela que vá pondo o forno a 180º, enquanto, juntas, moldamos os bolinhos. E eu ponho. Ou acho que pus. Estava a 200º e rodei o botão para a esquerda. Os números menores estão à esquerda dos números maiores, nos botões redondos, certo? Não tenho desculpa. Tenho aquele forno há vinte e um anos, e uso-o quase diariamente.
Moldamos dois tabuleiros de bolinhos, ela polvilha-os com côco em pó, com aquelas mãozinhas pequeninas e delicadas, cheia de rigor científico e mimo, dois ingredientes essenciais nestas coisas da cozinha. Eu li "Como água para chocolate" e acredito piamente nisto.
Queimei-lhe os bolinhos todos. Por um engano imperdoável, pus o forno a 220º.
Moldamos dois tabuleiros de bolinhos, ela polvilha-os com côco em pó, com aquelas mãozinhas pequeninas e delicadas, cheia de rigor científico e mimo, dois ingredientes essenciais nestas coisas da cozinha. Eu li "Como água para chocolate" e acredito piamente nisto.
Queimei-lhe os bolinhos todos. Por um engano imperdoável, pus o forno a 220º.
Sem saber o que fazer à minha vida, comi, mastigando-os com sabor a lágrimas e carvão, os sete bolinhos mais pretos. Sete. Mereço engordar sete quilos. Mereço que todos os meus vestidos deixem de me servir.
Ela, pequenina e delicada, cheia de rigor científico e mimo, fez, sozinha, mais dois tabuleiros de bolinhos.
Engordar sete quilos não será castigo a mais?
ResponderEliminarPenso que não. Correspondem, suavemente, às sete pauladas que eu mereço.
EliminarEscorpião ou mata ou morre ;)