Vinha eu a entrar à minha porta, segura e tranquila do meu caminho, quando se me dirige um menino com pouco mais de um ano, olhos azuis, o que não tem qualquer importância, mas fica aqui bem, pese embora - embora, passo o pleonasmo, não pareça -, eu não tenha a mania dos olhos azuis, que gosto bastante dos meus e são pretos, e quem não goste é racista, e os do meu pai eram castanhos e eram os olhos mais cheios de adoro-te que eu já vi na minha vida, dizia eu, vem o rapazinho, aponta para mim e exclama assim: "Mamã!"
Ora, isto, parecendo que não, mexeu comigo e encheu-me o dia de sol e também de luz. Por acaso, não estava a chover, hossana nas alturas.
Conforme toda a gente sabe e, se não sabe, passa a saber, quando as crianças começam a falar, chamam mamã a tudo o que é agradável, confortável e ou bonito. E o pai daquela criança, apesar de jovem e giro, demonstrou imediatamente ser igualmente detentor de rara inteligência, ao proferir a seguinte frase: "É bonita, não é?".
Hã? Foi bonito foi da parte dele, demonstrar que sabe que é nesta idade que os bebés associam os conceitos de agradável, confortável e bonito com o conceito de mamã. E que não me considerou meramente agradável nem tão-só confortável. Olha, gostei dele.
Beijinhos no filho... Festinhas no Pai! :D
ResponderEliminarAgora supõe que me punha aos beijinhos e às festinhas a tudo o que passa por mim e me é agradável ou simpático! :D
EliminarFalas como se fosse uma coisa má...
EliminarE eu lá sou a Lady Diana, queres ver?
EliminarNão dá para escolher os dois?
ResponderEliminarDeve dar, com jeitinho...
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