Não sei se algum dia comentei aqui a minha total e absoluta (que não são conceitos coincidentes), ah, e definitiva, incurável, irreversível e, até posso mesmo afirmar, irrepreensível incapacidade para decorar nomes. Isto deve ser um síndrome qualquer, como o Tourette, coisa para não se conseguir controlar nem curar. A história, desta vez, começa no dia dos namorados, aquele que fazia coincidir dois eventos aos quais eu queria assistir/participar: o lançamento do livro ilustrado pela Sara-a-Dias e o flash mob da luta contra a violência doméstica. E ambos eram lá para a Baixa. Mas chovia desalmadamente, eram ambos às 18:30, obrigavam-me a escolher entre um e outro e o meu nome não é Sofia, nem eu tenho tomates para escolhas dessas. Vai daí, e porque a idade já me pesa e a carteira não, fiquei em casa a meditar não sei em quê. Mas ainda não estava contente, porque ainda não tinha feito uma boa má figura (esbardajando-me no flash mob, ou dando dois beijos à pessoa errada no lançamento), e, por isso, lá fui à FNAC no dia seguinte, travar um dos meus épicos diálogos com o pessoal do balcão das informações (regra geral, erro o balcão e vou perguntar por livros na secção de informática. Desta vez acertei em cheio):
- Boa tarde, eu queria um livro da Sara-a-Dias, que tem um nome...
- ...
- Acho que é "O amor é um pontapé no..."
- ...?
- "... cu"
[Pessoa com a mente congelada a procurar no computador]
- A Sara-a-Dias ilustra, o nome da autora é que já não sei...
- Sara?
- Sara-a-Dias, como mulher-a-dias, mas Sara.
- "Puta que pariu o amor"?
- Ah, não é "Filho da puta do amor"?
- Não.
Pronto. Não me apetece escrever mais nada hoje. Só a lembrança já me enche de vómitos. E de vontade de fazer cocó.
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