03/02/2014

Eu tenho problemas com doidos # 10

Acabei de a conhecer. Sentámo-nos à mesa com mais 58 pessoas. Ela calhou ao meu lado. Fica calada um jantar inteiro, enquanto eu converso com quem está nas minhas duas diagonais, à minha esquerda e à minha frente. Acabamos o café, estamos nas contas e ela conta-me uma inconfidência. Nada de extraordinário, não fora o facto de não nos conhecermos, de todo em todo, e termos 0,1 % de possibilidades de nos voltarmos a encontrar, a não ser por via do bom dia - boa tarde. E depois, discursa, sozinha, durante o tempo que leva a dizer isto:

- Isto que acabei de lhe dizer fica aqui entre nós. Foi uma confidência que eu lhe fiz. Eu não a conheço de lado nenhum, você não me conhece, mas pareceu-me ser pessoa em que uma pessoa pode confiar [WTF-F-F???]. Eu não costumo confiar assim nas pessoas, mas consigo não tem nada a ver. Posso estar enganada, e até lhe digo mais: já me enganei algumas vezes, confiei nas pessoas e as pessoas vieram a revelar que não eram de confiança. Vim a saber, por portas e travessas, que tinham ido contar o que eu lhes tinha contado e, às tantas, já toda a gente sabia. Eu sou uma pessoa muito reservada, e faz-me muita confusão que me façam isso. O que eu lhe estou a dar é um voto de confiança, a partir do princípio que não vai contar nada disto a ninguém. Espero não estar enganada consigo, mas nunca se sabe. Acho que não, mas sabe-se lá...

Chata da porra. Paguei a minha despesa e saí, sem me despedir nem boa noite, não fosse a praga vir atrás de mim com a melgueira da conversa e ainda tivesse um ataque histérico a espernear-se que eu não era digna do voto de confiança dela por me ter contado um segredo sem pés nem cabeça, ao menos uma boa cavalgada sexual, não, uma coisinha pequenina de uma vidinha sem sal. Esquizofrénica.

Nem os malucos que me cruzam o caminho dizem alguma coisa de jeito.

8 comentários:

  1. Respostas
    1. Normalíssimo, em se tratando da minha pessoa.
      Não é a lei da atracção que diz que nós atraímos o que somos? :S

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    2. Não é suposto ser os opostos a atraírem-se? Já tive alguns episódios de surrealismos que me fazem pensar que, se calhar, eu até sou bem normal :D

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    3. Essa é a da atracção dos opostos. Esta de que falo é aquela que diz isto: "... a lei da atração diz que os pensamentos das pessoas (tanto conscientes quanto inconscientes) ditam a realidade de suas vidas, estejam elas sabendo disso ou não. Essencialmente, 'se você realmente quer alguma coisa e realmente acredita que é possível, você vai conseguí-la'". (Mais uma vez, wikiseca, aquela fonte de sabedoria).

      Ora, eu atraio malucos.

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    4. Por Zeus, se essa for a correcta, também sou maluca de todo :\

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    5. Eu há muito que deixei de acreditar em qualquer outra.
      Mas não consigo explicar o mesmo fenómeno com bêbados, cães e pessoas tristes.
      Eu sou bêbada, pracasus? Sou cã? Lá triste, há-de haver dias, mas atire a 1ª pedra quem nunca.

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    6. Caramba, os cães até não é mau de todo comparando com bêbados e tristes e nem quero pensar no terror de acrescentar triste a um bêbado... que cenário!

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    7. A grande questão da minha vida, quanto à lei da atracção, é: porquê bêbados?
      Mas, de facto, bêbados tristes acho que nunca me melgaram. Quando começam naquela fase de contarem a história da vida deles desde a maternidade, é o ó pira-te.

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