Está a ser uma experiência como outra qualquer ter a máquina da louça avariada.
Sou uma cobaia.
Por acaso, a máquina lembrou-se de lhe dar a travadinha cheia de louça lavada. Isto não é assim tão linear nem irrelevante, tendo em conta que as máquinas da roupa, quando lha dá, é cheias: cheias de roupa, cheias de espuma, cheias de água, que uma pessoa vê-se e deseja-se ardentemente para separar as águas (literalmente), e retirar a roupa — quando ela não encrava o botão da porta —, evitando inundar o chão, evitando fazer uma festa-surpresa da espuma em pleno lar (o que se revela desde logo impossível, e vai de montar na esfregona, qual bruxa das águas, e deixar alagar até ao infinito e mais além).
Agarrada ao manual de instruções, fui por ele esclarecida que aquele sinal vermelho e luminoso com o desenho de uma torneira significa que a bomba está entupida. Vai de procurar a entrada da bomba e — oh, surpresa! — o desenho não correspondia mas é que em nada a todas as tampas do interior da máquina, excluídas que estavam as do exterior. (As do exterior foram excluídas antes de meter todo o torso dentro dela, uma vez que nem sequer existiam.) (Excluí também a da entrada do sal, que essa conheço eu de ginjeira, de tanto salgá-la quando ela se põe insossa, a sonsa.) Retirei a tampa do filtro de rede, metendo as mãos profundamente enluvadas na água que provinha do esgoto (hum, que smell...), e não era essa. Depois pareceu-me que podia ser uma outra, redonda, que ali estava com ar de quem não tem nada para fazer, mas sequer consegui retirá-la, porque devia estar num dia não. (Ela, não eu.)
Bom, desisti. Chamei o técnico.
A entrada da bomba era debaixo da máquina. Teria que ter feito a bicha capotar, e não é que nem me ocorreu? Mas diz que o problema não é da bomba, ao contrário do que diz o manual, a internet, o meu instinto, e só falta mesmo estar lá escrito, em vez da torneira luminosa, tens a bomba entupida.
O diabo que a carregue homem vem cá buscá-la para a semana. Depois estamos mais uns dias sem ela.
Heh, que importa? Lavamos louça à mão. Cada um lava o seu prato e pronto.
Errr...
E pronto. Vamos acreditar que vai ser assim.
Por acaso, já pensei em meter a louça toda na máquina da roupa e ligá-la a 800 rotações por minuto, a ver se sai já seca e tudo.
Não foi nada que não tivesse pensado ao contrário, quando aqui há meses avariou a máquina da louça: estendia as roupas muito esticadinhas nos tabuleiros, as meias e as cuecas no coiso dos talheres, e zás.
Chiu.
Chiu.
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