Nosso dia, genitais!

Enquanto não me inspiro para um texto com pés, cabeça e pipi, comemorativo do dia de hoje, ando na netinha, desesperadamente à procura do gif mais parolo possível. Não que ache o dia parolo, mas o raio da paroleira exerce em mim um fascínio tão grande, uma irrestibilidade tão absoluta quanto absurda, que é em dias como este - comemorativos - que a internet, essa grande parola, me dá largas e compridas a esta abstrôncia inclinação, só explicável através do fenómeno da reencarnação - vão por mim, eu fui muito sopeira noutra encarnação, mas mesmo muito - Casa dos Segredos style, ou bem pior. Eu era do piercing no lábio (pode ser esse, é indiferente), da tatoo tramp stamp, da unhaca de gel fruticolor + purpurinas, da chiclete tamanho xxl mega ruidosa, da raiz negra sobre blonde cabeleireiro suburbano, da coxa grossa, da pança ao léu, do pneu sobresselente, do namorado (do curte) swagger, da quarta pessoa do singular (estivestes? fizestes? já comestes?), do linguado on the street, do Tony Carreira, ai destino, ai destino, do animal print look total, do téni de cunha, do sapato salto agulha 15 cm in gold, da meia de rede, do brinco bling-bling-vou-te-hipnotizar, do bâton carmim sobre dentadura ao sabor da natureza, do franciú mal parlé, quem sabe até do blog pirosinho, assim fui eu. Se nenhuma destas é parte de mim hoje em dia, estou perfeitamente segura que já fui, talvez noutro planeta, visto que, quando nasci, grande parte destas modas nem sequer ainda tinha sido inventada. As meninas vinham ao mundo e furavam-lhes as orelhas na maternidade, e por aí ficavam, em perspectiva, os buracos e modificações que o corpo sofreria ao longo de uma vida.

Deixo-vos com the very best, quem sabe daqui a bocado já escrevo com as mãos, em vez de com os pés.