Desde ontem que isto dos blogues me domina os pensamentos. Nem dormi. Se postasse aqui uma fotografia da minha cara de hoje, vocês exclamariam, em uníssono: "Eia pá!".
E depois: "Linda!".
E depois: "Mesmo com olheiras!".
E só no fim: "Porca!".
(* Sei lá o que é que se passa com a fonte a partir daqui. O blogger dá para a veia.)
Depois do último post, adensaram-se-me mentalmente argumentos que me gritam, histericamente, que eu jamais serei uma grande dama da blogosfera. Como já disse, não quero. Mas incomoda-me. É chato não ser por outro motivo qualquer, que não apenas por opção minha.
Depois do último post, adensaram-se-me mentalmente argumentos que me gritam, histericamente, que eu jamais serei uma grande dama da blogosfera. Como já disse, não quero. Mas incomoda-me. É chato não ser por outro motivo qualquer, que não apenas por opção minha.
Porém, sou analfabeta. Não sei escrever coisas bonitas e sentidas, que ponham as outras pessoas a pensar. Ou a chorar. E sei do que falo, porque há blogs que leio que me põem a pensar. Outros a chorar. E há ainda outros que me põem a pensar o que genitais masculinos é que fui ali fazer. Ou por que é que volto. E há uns que me põem a chorar, de raiva de mim mesma por lá ir, de tristeza por assistir à queda do império das letras, seja lá isso o que for. Eu tenho a teoria do furúnculo, que é aquele que nós sabemos que nos vai dar a volta ao estômago só de olhar, mas insistimos em olhar. E é isso que nos faz voltar.
(e não, não é para nenhum de vocês que estou a falar. Vós sois santos e puros, e vindes ao meu buraco à procura de bons momentos, como se isto fosse um bordel, seus devassos.)
Também há blogues que me põem a rir (o teu é um deles, Escri. Não resisto a devolver-te o elogio hoje. Estou uma mãos largas. Mas tu disseste que eu não cheiro a estrume e isso sensibilizou-me, que queres?). E rio-me de puro gozo (não é dos nervos derivado à idade), adoro que me façam rir e acredito piamente que um sentido de humor apurado é sinal de inteligência superior. Eu sou a prova acabada, a não excepção à regra. Já não bastava ser gira e ainda tenho um piadão. Tché, aí atrás! Caluda. Isto é um fardo que uma pessoa carrega, ou acham que é bom?
Os melhores elogios que levei às minhas capacidades literárias partiram sempre das minhas professoras de português, com um tom de meia crítica que nunca me deixou margens para auspiciar algum dia dedicar-me a escrever e a ganhar o pão com manteiga e marmelada (chiu, já disse) à custa disso: "Tu só escreves bem porque falas bem, e escreves como falas". Intrincado, não? E onde é que ficava a colocação correcta das vírgulas na linguagem falada, minhas meninas? Ah, pois, disso não falavam elas. Pudera, na linguagem falada não há vírgulas vírgula stôras vírgula que Deus tem. Mas eu vou passar a usar vírgula hei-de marcar a diferença de alguma maneira.
Um dia, tive uma chefe que era parva. E disse-me a mesma coisa que as stôras, no mesmo tom de crítica: que eu escrevo como falo. Deve ter sido a minha cara de talvez-tu-devesses-voltar-para-a-escola que a fez emendar-se, dizendo, "Mas tu falas muito bem". Sim. Não sou ciciosa. Não sou belfa. Não substituo os RR pelos GG, como o Miga Amagal. Não tenho uma deficiência na glândula, que me faça substituir os SS pelo som CH. Nem sou fanhosa, como a menina da mercearia, que não diz nenhuma consoante. Tipo "Oá, oo eá? Uo ê? Êão ôe? Ai ua aa-ee-ia?". Sim. Uma alfacezinha. Já eu, se escrevo como falo, em discurso directo, está errado. É analfabeto da minha parte.
Também não sei escrever bonito. Não escrevo frases que ponham as outras pessoas a pensar, assim tipo mantras, nem a chorar. Quanto muito, faço-as rir, o que, eventualmente, grande parte das vezes, acontece por ter escrito qualquer coisa de extremamente estranho. E isso é patético, nem sempre é cómico. Se eu for à mercearia da menina fanhosa e, em vez de não dizer as consoantes, as trocar, profiro lindas frases como: "Quero um rabo com nama", e isso é engraçado. Claro que já me aconteceu, porque merdas estúpidas é um sector que o criador guardou para mim. Com algum sentido de humor irónico, vá-se lá perceber porquê. Não sei que mal lhe fiz. Lá porque me deu tanto, escusava de se divertir desta maneira às minhas custas. E a ingrata sou eu.
Estive toda a tarde a escrever este post. Não trabalhei porra nenhuma. Agora não sei como o hei-de acabar. Por aqui se aferem algumas incapacidades que possuo, ao nível da gramática.
Se calhar, agora ia-me embora.
Eu volto.
Um dia destes estás a distribuir autógrafos!
ResponderEliminarNa Feira do Livro, aos gritos, "Cá fregueeeeeesaaaaaa!" [o esganiço das micas, sff]
EliminarMas fazes um desconto, quando vires uma vivalma a ostentar uma reles coroa na cabeça?
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