O chefão foi bruto comigo ontem. Simplesmente, foi mal-educado num momento em que lhe fui apresentar trabalho. Não era sequer um mau momento, apesar de ele ter protestado que estava muito ocupado. Tendo em conta que era meio-dia e cinco e ele tinha chegado ao meio-dia, era impossível para mim imaginar que ele estivesse ocupado. Disse-me que víamos o trabalho na sexta-feira porque ia para a Madeira. Eu rodei os calcanhares e caguei - quase literalmente - para ele. Só lá estou mais este mês, depois ou ele me dá carta de alforria ou eu debando. Deporto-me. Dissido.
Hoje é quinta, certo? E eu pensei que ele não estava por ali. Estive todo o dia tão descontraída que só faltou descalçar os sapatos. A dada altura da tarde precisei de umas fotocópias, acerquei-me da fotocopiadora nova e cara e digitalizadora e fax e acho que faz tudo mas não faz café e proferi a seguinte frase, dirigida a um colega de esforços:
- Esta grande magana engasga-se se eu lhe meter uma cartolina no meio dos papeis?
- É experimentar...
- É o que vou fazer. Há sempre uma primeira vez e essa é a que custa mais.
Não sei o que me travou para não continuar este belo pensamento com a clássica "depois é como cagar para dentro".
Já sei. Travou-me o facto de ainda ser uma dama. E de, atrás de mim, o chefão se estar a rir. Depois tratou-me bem o resto da tarde. Quis ver o meu trabalho. Elogiou-mo. Falou-me da atitude de ontem. Estava a ver que me pedia desculpas. Estava a ver que tinha que lhe dar tau-tau seu maroto não se faz isso à menina, foi feio.
Humanizei aos olhos do homem ou a ilha fez-lhe um bem?
Estou farta de bipolares.
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