Oh pá, não me posso queixar. Como chove em barda há dois ou três dias, a minha vida tem sido passada entre a máquina da roupa, o estendal interior e os aquecedores. Fugi para o Terreiro do Paço anteontem à noite, ainda no ano passado, para ver o fogo de artifício, fui de metro, ganda maluca, aquilo à pinha, todas as raças e credos encaixados uns nos outros, e também algumas culturas diferenciadas, pois que me parece ainda ter respirado o mesmo ar que duas senhoras do Conde Redondo, que gritavam "Abre a porta!" no momento em que queriam sair, ao invés de "Deixa passar", que era a deixa correcta, uma vez que as portas estavam... abertas. Mas correu tudo bem, vi o fogo e voltei para casa cheia dele [fogo, pá] para meter mais roupa nos radiadores. Tudo em grande.
Esta noite acordei com uma ruptura de um cano da água, de modos que já me udeu uma parede e o soalho a toda a volta. A mim anda-me a apetecer um soalho novo, que este já era, de modos que alaguei o resto do chão da casa, assim quase todo, para não parecer que era trote, e vai de chamar a companhia de seguros. Espero que o técnico seja um homem, senão estou lixada, que as gajas me odeiam. Já não se pode ter pestanas grandes. Estou muito crédula que vou beneficiar de um soalho novinho, sabe lá ele se eu dei com a ruptura às duas da manhã ou às dez! Simplesmente digo-lhe que tomei um comprimido para dormir [pisc pisc das pestanas] e só abri os olhos já o sol ia alto. A chuva vinha baixa, ou lá o que é.
Claro que vai haver sempre moralistas a achar que isto é criminoso. Pois, sem dúvida. Eu também nunca disse que não devia estar presa. Mais criminoso é o que eu pago à companhia de seguros para os ver a correr à minha frente de cada vez que lhes mostro a seringa (alusão à expressão do rabo. Também tenho que explicar tudo!?).
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