Ir a um cirurgião plástico, entrar no gabinete do médico e deparar com uns grandes olhos azuis e um homem tão bem acabado, obrigou-me a, em décimos de segundos, levar a cabo intrincados raciocínios:
- O que é que eu venho cá fazer, mesmo?
- Eu a este não quero mostrar nenhuma mazela.
- Vou inventar outra coisa qualquer. Mostro-lhe uma das minhas centenas de partes boas e depois faço biquinho (biquinho, cabeças sujas, inho-inho) e digo: "Ai senhor doutor, isto não é horrível?"
- Vou simular um desmaio e, quando "acordar", gemo: "Tragam-me lá o talhante, que o que eu vi foi um príncipe encantado".
- Vou perguntar a este boneco: "Baby, o teu director sabe que estás aqui a beijar sapas todo o dia em vez de estares a gravar?"
Em vez disso, sentei-me diante dele, depois só despi o mínimo indispensável para as sábias mãozinhas poderem tocar a minha queixinha e saí de lá com a promessa de voltar, para ele mexer melhor um destes dias.
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