31/03/2019

< 40'

Foi o meu resultado de hoje na Corrida Sempre Mulher. Não interessa se faltavam dois segundos, ou dois minutos, ou mesmo dez, a verdade é que o relógio ainda não tinha dado os 40 minutos desde o início da prova. 
É que hoje corri todo o percurso, com excepção de trinta metros na Fontes Pereira de Melo (depois de ter subido a Av. Liberdade inteira) e trinta segundos para beber água, já no regresso. 
Tenho a certeza de que nunca corri tanto, em tão pouco tempo, em toda a minha vida. Nem quando jogava à apanhada ou ao toca-e-foge (na verdade, cansava-me, distraía-me, não me lembro de esgotar muito tempo nem forças só a correr), nem mesmo quando a professora de Educação Física, no liceu, nos punha a correr "o quadrado" (espécie de castigo corporal de avaliação, creio que inventado por ela, a ser aplicado no primeiro dia de aulas de cada ano lectivo), que consistia em dois quilómetros à volta de um dos campos de jogos, mas que eu aldrabei de todas as formas possíveis e inimaginadas.
Mas hoje até me apeteceu ir buscar uma medalha, ou um troféu daqueles que, não sei porquê, só mandam fazer três. Ao menos uma menção honrosa para senhoras de idade que se superam e superam mais umas dezenas de mulheres mais novas, mais magras, mais treinadas, ou tudo isso junto? Nada. Uma barra de cereais - que, obviamente, já marchou - e uma garrafa de água, e vai-te. 
Ilações retiradas desta corrida e a reter:
1. Com todos os defeitos que possa ter (início da prova numa subida, mas, lá está, final numa descida), continuo a preferir este percurso ao da Expo;
2. A avenida da Liberdade nunca mais acaba. É mesmo mais comprida a subir do que a descer, só pode;
3. A avenida Fontes Pereira de Melo nunca mais acaba;
4. A avenida da República nunca mais acaba, mas vá que o percurso da prova a corta ao meio;
5. Atingir o Marquês de Pombal e achar-se que "agora começa a Fontes Pereira de Melo" é uma doce ilusão, pois a rotunda nunca mais acaba;
6. Atingir a rotunda do Saldanha e achar-se que "agora começa a avenida da República", é uma doce ilusão, pois a rotunda nunca mais acaba;
7. Quando se desce a avenida da Liberdade e, ao quarto quilómetro, se vê a meta ao fundo, é uma doce ilusão, pois a meta está longíssimo e a avenida, basicamente, nunca mais acaba, já disse?;
8. Indumentária ideal: a que levei hoje - calças que não caiam pelas pernas abaixo, t-shirt justa (optei pelo tamanho 12 anos, pois, aquando do levantamento do kit - na véspera, ou seja, ontem -, já não havia XS, que eu não vestiria, nem S, e o M permite o baloiçar de tudo à vista de todos, logo, compromete-me a performance, tamanha é a preocupação/vergonha), sutiã de alta sustentação (há uns excelentes no Decathlon*, € 3,50), cuecas tanto faz, qualquer coisa para a cabeça se estiver sol (um bandana serve, eu não aceitei o boné da corrida, porque fazia publicidade a um fiambre e eu tenho uma imagem a defender), o mínimo de pesos possível (já basta o próprio);
9. Não ir para a borga na véspera (tipo ontem, mas era um jantar de aniversário ao qual não podia mesmo faltar);
10. Negociar com a organização o adiamento por uma hora do início da corrida, de cada vez que haja mudança de hora para Verão (se é que esta saga vai mesmo continuar). Menos uma hora de sono, para quem se deitou tarde, é meio caminho andado para que (se) corra mal. And still... Sou a maior, pazinhos, esta vitória sobre mim mesma já ninguém me tira! 

(Agora, para ser e vir a sentir-me uma blogger a sério, acho que já só me falta fazer daqueles micro clipes, que acabam a parecer longas metragens, com todas as ofertas que recebo em casa, integralmente filmados com a mão direita e em que a esquerda tem que abrir caixas e desdobrar roupa sozinha, numa ginástica entre o trágico e o cómico. Já ando a treinar, calma, apesar de, não sei porquê, ainda não ter recebido ofertas nenhumas.)



*NMPPI


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