Disso, nada sei, só sei que há pessoas que ficam nervosas com os relatos dos exercícios físicos das outras, e eu sou uma delas. Existem mesmo memes — não confundir com memés — a homenagear esse enfado, declarando “no one cares” para as conquistas musculares de cada qual. É verdade, concordo e assino por baixo. Ou por cima, tanto faz. No entanto, mais confusão a mim me fazem os atletas de sofá, que a sabem toda (a teoria) e não a fazem nada. Cruzo-me (salvo seja) com vários quando vou correr. Equipam-se, caminham e aterram na esplanadinha a descansar os ossos. Mas também não levo muito à paciência os profissionais do atletismo, que têm aquilo tudo contabilizado até ao cagagésimo de segundo e participam em provas e ganham medalhas e diplomas e pernas para que te quero. Chatos.
Mas, chiça penico, impossível não vir aqui babar que, pesem-me embora as carnes, a três semanas de entrar na contagem decrescente para sair da segunda idade — já só faltam dez anos, há-de ser rápido a passar —, o que é certo é que ontem palmilhei oito quilómetros e meio, não me cansei extraordinariamente, e hoje não estou falecida. Aconteceu que disparei lá para um parque, que sei que tem quinhentos metros de perímetro, determinei-me a fazer seis voltas, para já ficar com três dos sete quilómetros que pretendia fazer feitos, e não ter que andar feita alucinada às voltas ao meu prédio e aos dos outros, mas deu-se que me perdi na contagem das voltas, e aí pela quinta?, sexta?, já não sabia a quantas ia (Dori no seu melhor),
resolvi então fazer mais uma?, duas?, olhem, não sei quantas fiz, só sei que deu 8,560, pernas ok, pulmões e coração até a aguentarem mais um bocadinho.
Bendita atmosfera húmida. Porém, os mosquitos. A humana acaba as corridas com as pernas a parecer o vidro da frente de um carro depois de atravessar o Alentejo. Vêm atraídos pelo protector solar, ficam irremediavelmente colados (e, antes de se finarem, ainda mas picam). Acho que não comi nenhum.
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