Uma pessoa instagrama-se e descobre todo um novo mundo de possibilidades de estudos antropológicos associadas. Vocês não sei, mas eu, assim como nos blogs e na vida, tenho os meus guilty pleasures mais ou menos assumidos, pelo menos de mim para comigo: aqueles locais que frequento só para me irritar/ ver até onde é que o patético consegue esticar/ surpreender-me a níveis que desnecessitem de botox, pois o elevar de sobrancelhas e o abrir do olhar que tais publicações provocam, são coisas para perdurar por horas.
Assim, esquecendo agora as inenarráveis - que eu, apesar disso, tentarei descrever em poucas palavras apenas - imagens da tipa que acabou de se maquilhar na casa de banho do shopping e se fotografa ao espelho com as cabines de retrete e as ditas cujas abertas lá atrás, hoje apetece-me vir debruçar sobre a cena do boomerang com que o povo entope as suas stories.
Eu já fiz boomerang. Fiz, e fiz, e hei-de voltar a fazer, de todas as vezes que o boomerang se justifique, ou seja, em que o micro-filme fique mais engraçado/ ilustrativo/ lógico usando essa "técnica". Se filmar alguém a subir três degraus, se filmar um movimento que se repete num sentido e no contrário (tipo passar a ferro), se filmar um salto de um gato, pode ficar com mais piada se recorrer ao boomerang.
Mas eu quero, aliás, eu exijo perceber o que é que passa na mona das gajas (são quase sempre, não é? Ou sou só eu que não conheço instragrammers masculinos que se dediquem à tonta do infinito?) que filmam um prédio, aleatoriamente, e depois a gente fica a pensar se elas assistiram a um terramoto ou se é só o boomerang delas do dia? Ou a manita delas com um copo de cerveja, em plenos santos populares, a gente na dúvida se lhes está a dar um espasmo, e por que genitais não se lhes verte a bebida do copo. Ou as gajas a deitarem a língua de fora, aquilo numa cadência ritmada, não sei se sugestiva, mas em que uma pessoa até tem medo de deixar o seu gelado por perto, não vá aquilo chlep e lá se vai o dito coiso.
Olhem, todo um manancial de dúvidas, cuja única resposta há-de ser que já não tenho idade para estas coisas. Estou quase uma senhora.
Acompanho-te nas dúvidas, mas rir-me, só mesmo com o teu texto!
ResponderEliminarBeijocas, Lindinha azul :)
É um novo mistério das comunicações em rede, apesar do acto solitário, Maria :D
EliminarBeijinhos, linda tu :)
(How’s mom?)