08/02/2019

Quando a dança perde o swing

Veio aos poucos, este desalento. Primeiro, um custo para me vestir para ir dançar, depois, um adiar, um faltar por motivo nenhum ou qualquer um, um ir com esforço - pelas alternativas que ficavam para trás, nem que fosse estender um bocadinho a manhã na cama ao fim de semana -, um ir já com sacrifício, uma vontade de sair a partir de meio da aula, depois a partir do início, um sair com a sensação de que mais valia não ter vindo, e raras, cada vez mais raras, as vezes em que, afinal, ainda bem que vim. 
Um só professor pode fazer toda a diferença. Cansei-me daquela, soube-o no dia em que comecei a frequentar aulas com outros e a parecerem-me todos - mesmo aqueles que antes eram "fracos" - excelentes. 
Para mim, a dança tem que ter lógica geométrica: se fazes quatro passos à direita, é expectável que, de seguida, faças quatro passos à esquerda. Se fazes o passo atrás para a direita, depois esquerda, depois direita, faz sentido que ainda faças um passo atrás à esquerda. Com ela, não: quatro passos à direita, três à esquerda, porque já está noutro passo. A seguir diz que rodes para a direita quando tens o pé direito no ar. Depois, que levantes o braço direito quando fazes passos ao lado para a direita, mas, quando os fazes para a esquerda, que voltes a levantar o braço direito. E tudo aquilo perde a lógica e a magia num passo de mágica, por via de um passo de dança mal dado. 
Tenho pena, porque gosto bastante da professora como pessoa. (É alegre, simpática, boa onda.) Porém, gosto mais ainda de dançar, e, se continuar a ir às aulas dela, provavelmente fico de mãos e pés atados em muito pouco tempo.



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#jasofaltam27

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