Não sei muito bem como é que hei-de descrever este fenómeno que me ocorreu, para que não pareça 1. Um romance de Agatha Christie; 2. Que eu tenho demasiados momentinhos louros, apesar de; 3. Que existo na blogobola só para vos aborrecer.
Vamos supor que adquiri na farmácia uma garrafa de água. Sim, haveis lido bem, na farmácia. A assistente afirmou-me, convicta, de que ela fora alvo de um prémio, embora não soubesse se atribuído à garrafa, ou à própria água. Esclareceu-me, ainda, que se tratava de uma água enriquecida com sílica, e eu, que até a julgava um químico venenoso, mesmo assim, trouxe comigo a dita garrafa, pois que a amei desde o primeiro olhar, e ela até podia vir inquinada com estricnina, que eu a queria na mesma.
NMPPI (é óbvio que trouxe a blue) |
Deu-se então que a enfiei no saco do ginásio, para a transportar comigo até lá.
Quando a retirei do saco, a tampa era totalmente outra. E estava firmemente enroscada no gargalo da minha garrafa linda e blue. De súbito, provinda do saco, saltou-me a tampa — literalmente — original, aquela que eu me lembrava ser a respectiva. Porém, ninguém havia mexido no meu saco, eu sabia não ter trocado as tampas, não existia qualquer explicação para o facto.
(Mas também, à mesma pessoa a quem nasceu um sutiã na gaveta da lingerie, tudo pode acontecer. Hoje, anos volvidos sobre o "assunto", a única explicação que encontro como possível, é eu ter, inadvertidamente — e, portanto, sem dolo —, gamado o soutien de alguma companheira de balneário. Ou então, ETs.)
Desenrosquei, então, a tampa que não pertencia à garrafa, e procurei enroscar a que lhe pertencia. Porém, esta última nem rosca tinha, pelo que não aconteceu.
Bom, andei nisto cerca de dias: a tentar perceber como é que as tampas se trocaram dentro do saco sem a intervenção humana, e a tentar perceber como é que a tampa da garrafa tinha deixado de lhe servir. Até que tomei medidas drásticas e entendi que o melhor era arrancar a argola de plástico que jazia no gargalo, convicta de que era isso que não deixava enroscar a tampa certa na minha garrafa. Munida de faca, estou nas primeiras tentativas de fazer saltar a argola, quando me apercebo de um pingo de cola seca no interior da tampa "certa". Eureka, então existe a tampa que enrosca e a tampa que a forra por fora, que mais não é do que uma cápsula.
À garrafa, nunca saltou a tampa, nem dentro, nem fora do saco. Já a mim, foi por um nico.
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