Por acaso, essa coisa do gosto musical também tem muito que se lhe diga. É quase como tentarmos perceber por que é que alguém gosta de outro alguém, que é, basicamente, horrível. Deve haver um fenómeno, ao nível do tímpano, correspondente ao que acontece com a retina daqueles que amam o feio, o antipático, o desinteligente, o que acumula tudo no mesmo pacote [uuuhu].
Posto isto, eis-me chegada ao ponto de justificação para aquilo que me aconteceu outro dia, e ainda gostei. Isto, versus o que me aconteceu hoje, e não gostei.
Cheguei à aula de dança e quem se encontrava à porta, a receber o povo bailarino, era um instrutor, e não a costumeira. Eu já tinha tido aulas de outras modalidades com ele, por isso já me tinha apercebido de que a figura não mede bem os alqueires todos, porém é excelente, tecnicamente falando. De qualquer maneira, este tipo de pessoas faz falta na minha vida, porque tudo o que é muito previsível e direitinho, acaba por me enjoar e lá vou eu para outras paragens.
Avisou logo que não tinha formação para aquilo e siga. Arquitectou um esquema simples — lado-lado-direita, lado-lado-esquerda, repete, mambo à direita, mambo à esquerda, repete, com volta atrás —, depois outro — ao lado direita, ao lado esquerda, repete, salta, quadrado rápido, quadrado lento, chassé direita, chassé esquerda, repete — depois mais outro, e depois colou-os uns aos outros e fez um mega-esquema com eles. Durante uma hora, com o mesmo esquema, dançámos tudo o que lhe veio à cabeça em termos musicais. Levanta o vestido também. Os peitos da cabritinha, sim. Sim. É verdade. Eu já dancei Os peitos da cabritinha, e ri-me durante, e não foi (exclusivamente) de nervos. Não sei se já posso morrer feliz.
...
E a aula foi excelente, ou, pelo menos, serviu para variar.
Kuduru é Kuduru !
ResponderEliminarÉ outra onda ,digo eu que nunca dancei.
:) :)
Completamente :)
EliminarEu já, e muito, por isso já nada me choca :)