Hoje venho insurgir-me.
Cada vez que vou a um cinema NOS, para além de ser brindada com três ou quatro trailers — pequena tortura que chega a ser boa, pois fico com mais alguns filmes na lista "obrigatório" ou então na lista "não esquecer de não ver" —, mas aos quais não consigo fugir, uma vez que tenho vergonha (respeito ao próximo) e medo (posso ter a certeza que o chão que está à minha frente é plano, que ela é anulada por aquela outra certeza de que no próximo passo vou tropeçar/ meter o pé em falso num degrau/ cair num fosso estreito e fundo até ao centro da Terra, qual Alice, "Adeus, Dinah!") de entrar às escuras, sou igualmente agraciada com esta coisa:
Eu tenho medo.
Primeiros: não percebo por que é que elevam o som a níveis de decibéis capazes de estoirar com os miolos da pobre assistência.
Segundos: não percebo por que é que me tratam por tu no anúncio, se não andámos juntos na escola, não temos a mesma idade, nem somos todos bloggers. Enfim, se não nos conhecemos de lado nenhum.
Terceiros, quartos, quintos e tudo o resto: porquê o rugir de leão do dinossauro, que come e morde tudo? E as ordens, imperativas, aos gritos, de comportamentos elementares? "Desliga o telemóvel e mantém o silêncio!"; "É proibido filmar e fotografar!"; "Mantém a sala limpa!"; "Respeita as normas dos cinemas NOS!" [ou não antes as normas básicas de civismo?]; "Podes comprar o teu bilhete nos kiosks (?), na app.m.ticket (?), em cinemas.nos.pt (...), ou na tua box (?)".
[Por acaso, esta versão que encontrei no youtube ainda acrescenta "I'll be back!". Vá que nunca me apercebi disto ao vivo, lá na sala. Pois, porque ainda não estava bem clara a ameaça exterminatória].
Depois sai um helicóptero (militar?) a voar, o homem grita-me "Bom filme!", e eu fico capaz de começar a chorar alto, a chamar pela minha mãe, "Mamã, tenho medo, quero ir para casa!", mas incapaz de prestar atenção aos primeiros cinco minutos do filme, tal é a aceleração que me leva o músculo. A sério.
[Por acaso, esta versão que encontrei no youtube ainda acrescenta "I'll be back!". Vá que nunca me apercebi disto ao vivo, lá na sala. Pois, porque ainda não estava bem clara a ameaça exterminatória].
Depois sai um helicóptero (militar?) a voar, o homem grita-me "Bom filme!", e eu fico capaz de começar a chorar alto, a chamar pela minha mãe, "Mamã, tenho medo, quero ir para casa!", mas incapaz de prestar atenção aos primeiros cinco minutos do filme, tal é a aceleração que me leva o músculo. A sério.
O porreiro nos cinemas NOS é que tenho bilhetes à pala, já que sou cliente. De resto, aquilo gravita sempre na função comercial do cinema, o que quer dizer: raramente passam filmes com potencial para o meu gosto pessoal. Costumo ir ao UCI, Medeia, e outras salas por onde ninguém passa...
ResponderEliminarEu também sou cliente NOS, mas nem sempre levo o cartão, por isso não tenho grande vantagem.
EliminarE sou clientíssima dos cinemas City.