30/01/2018

Eu sou aquela pessoa que nunca, em circunstância alguma, deves levar a passear à rua # 60

Então, o CRF.
O Rock in Rio não é o RIR? O Cascais Rock Fest passa a CRF, porque eu assim o entendo.
Tudo se processou no salão preto e prata do Casino do Estoril. E, por isso, primeiro drama existencial clássico numa genuína blogger: o que calçar? É que uma pessoa não vai para o PP calçada de qualquer maneira. 
(O que vestir, estava semi-determinado: não repetir o erro que cometi aquando da primeira vez que atravessei as portas daquele salão, em que ia toda vestida de preto. E prata. Juro. Tenho pics, para jamais esquecer. Ia ficando camuflada naquela ambiência, tipo os soldados no mato, mas em bom.)
Equacionei o téni fashionerer, que iria permitir-me dançar e pular sem desarticular os joelhos nem desancar os dedos dos pés, mas temi-me que me barrassem a entrada [porque o "segurança" médio destes locais não distingue um téni Pepe Jeans* de uma sabrina da Primark* (4 euros), nem de um salto agulha com compensação de 5 centímetros da Seaside*, e é capaz de deixar entrar a Sheila Soraia e barrar a porta à pessoa humana, que fica a discutir direitos, liberdades e garantias do cidadão de um Estado de Direito), resolvi-me pelo botim de salto médio, que foi o que ia sendo a minha desgraça. Posso afirmar com alguma segurança e margem de erro igual a quase nada que antes de a primeira banda actuar, já os meus dois pés, espremidos num torno, gritavam "pára, pára, eu chibo tudo!", o que, desde logo, faz considerar a hipótese de que algo vai correr mal, ou sequer correr, assim haja alguma situação de emergência.
Bom, não interessa. Eu sofro de minudências.
Julgo ainda, ou muito me engano, que sou a única pessoa do Planeta que tem vertigens no chão do Casino do Estoril. Aquele reflexo do tecto no ladrilho brilhante, é coisa para me pôr a gemer "Ai, vou cair. Ai, que caio". O truque é olhar para a frente e defecar para a possibilidade de haver por ali um degrau. Ou uma escadaria. Sem patamar de segurança.


Já lá dentro, apercebi-me de que, afinal, o téni (qualquer téni) tinha entrada livre, assim como o xanato, bem como a soca. Na sexta-feira, a plateia era constituída, maioritariamente, por idosos na minha faixa, dois terços de homens para o restante de mulheres. Até onde a vista alcançava, as cabeças eram brancas (ou cinzentas), ombreando com carecas, num grafismo harmonioso bonito de se ver.
Foi, portanto, um festival para os pais das crianças que frequentam os summer fests desta vida. E foi o primeiro, que há-de ser, se alguma lógica ditarem estas coisas, aquele que aprende com os próprios erros, para não os repetir nos seguintes: faltavam assentos. Havia demasiada gente sentada no chão, o que pode significar que, para o ano, se calhar já punham umas cadeiras lá pelo meio. Poltronas. Chaise longues. (A malta — e falo por eles — já não tem 20 anos.)
Não falei da música, pois não? Também não pode ser agora, que isto já vai longo, e eu, para variar, perdi-me no tema. Até mais, dudes.

* NMPPI nem para me calar

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