Isto já foi anteontem, mas ainda está válido. Ontem tive outro, mas tem que ficar para post posterior, que é como quem diz outras núpcias (ou segundas núpcias?). Se tiver mais algum hoje, venho aqui fazer o reZisto, como diria Amélia, aquela pessoa que nunca resistiu a dizer reZisto, no lugar que competia por direito a registo.
Fui-me ao shopping evocativa de uma autêntica Mãe Natal: levava vestida a minha gabardina vermelha. Imbuíra em mim o espírito, logo pelas dez da madrugada.
No regresso, resolvi carregar para casa não só as compras daquele dia, como também as dos anteriores. Começava a ter pesadelos que me assaltavam a mala de Rosinha, e só a chatice de ter que repetir a caça à tralha, ou o deslavamento de meter um postalinho em cada sapatinho, com uns dizeres eloquentes, "Desculpa este ano, mas fui roubada e a tua prenda (caríssima!) foi na leva".
Não contei os sacos, até porque fui metendo uns dentro de outros, mas andavam pela boa dezena. E não era só o volume que me carregava a cruz nas cruzes, era mesmo o peso somado de tanta ceninha.
Não contei os sacos, até porque fui metendo uns dentro de outros, mas andavam pela boa dezena. E não era só o volume que me carregava a cruz nas cruzes, era mesmo o peso somado de tanta ceninha.
Então, pensei:
Não passa de hoje que vou dizer às crianças que o Pai Natal não existe.
...
Estou farta disto, ele com a fama e eu com o desproveito.
...
Quais crianças?
Bom, enfim, aos miúdos.
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Aos meus pequenos adultos.
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Aos meus pequenos adultos.
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Mas eles já não acreditam.
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Não interessa, é hoje.
Não interessa, é hoje.
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