e faz tão pouco. É o que parece.
Agora encontra-se de férias, quem sabe a banhos.
Eu entretenho as minhas horas não vagas a fazer máquinas de roupa diárias várias, um tambor com capacidade para sete quilos, vinte e um metros de corda sempre cheios, dezenas de molas, mais de metade para dobrar directamente, a restante para passar a ferro. Entre o lava-estende-recolhe-separa-dobra, esvaem-se-me as forças para passar, sobretudo camisas e lençóis de (cinco) cama(s). [Por sorte, dois de nós dormimos na mesma; se não, seriam seis.] Socorro(!)-me da mesma empresa de engomadoria que me vale nestas horas difíceis, e que me vende um pacote de sessenta peças por um balúrdio, mas eu estou capaz de dar um rim para me livrar daquele cesto, quanto mais uns míseros milhares de cêntimos. Arrebanho o mais urgente (quase tudo), rapidamente somo cinquenta peças e sigo para a empresa salvadora, a uns metros de casa. Pouso o pesadíssimo em cima do balcão e toda eu sou água desmicelar, vulgo sudação. E desabafo o que, efectivamente, me vai na alma:
- A roupa é o maior stress de qualquer dona de casa. Entre o lava, estende, recolhe, separa, dobra e passa, há um processo que nos desgasta e derrota. Estou tão cansada que, agora que aqui cheguei, a única coisa que era capaz de me dar alguma paz, era passar essa roupa toda a ferro. — Porque, não sei se já aqui disse alguma vez, para mim, passar a ferro é uma terapia ocupacional, um rage turn off, uma entrada em zen. Porém, não posso ter mais nada para fazer, e isso é coisa que quase nunca acontece.
Ainda me parece que ela faz tão pouco?
Olhem, eu não lhe dou o seu devido valor.
E ninguém me dá a mim o meu.
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