02/06/2016

Se pudesse voltar atrás no tempo


Há uma menina minha, que eu não vi nascer, mas que é minha, tão minha quanto as outras duas, tal e qual como o rapaz que é meu. Quis o médico, quando já estava quase, que eu não a visse chegar, porque achava ele que eu não ia aguentar de tanta emoção, que disparate tão irremediável deixei eu o médico pensar e dizer e levar por diante, que momento tão irrecuperável que eu perdi, grande gatuno, que mo roubou para todo o sempre, mas não a ela, que ma fez minha, e por isso perdoei-lhe o crime. De nada lhe valeu, pois acordei da maldade que me fez, ou do milagre que me fez fazer, e não aguentei mesmo de tanta emoção, ainda hoje não aguento, e é por isso que sou assim. Se pudesse voltar atrás no tempo, sei que a primeira coisa que havia de querer mudar, era precisamente ter assistido ao nascimento daquela menina, que é minha, que me nasce todos os dias maior e mais alta — e é tão, tão pequenina, que cabe inteira dentro do meu coração —, e todos os dias me faz nascer melhor, só de saber ter sido eu a trazê-la para aqui, onde habito o enorme privilégio que é respirar o mesmo ar que ela.







Porque há alturas em que isto têm que ser só blogs, não posso revelar aqui o motivo de orgulho de hoje, de ontem, de anteontem, e do resto da minha vida. Mas tenho uma enorme razão para estar muito feliz. Escrevo com a boca toda tapada por adesivo, para ficar calada, o qual, por sua vez, está todo ensopado em baba. 

12 comentários:

  1. Que texto tão querido! ^^

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  2. Muitos parabéns à menininha e a sua babada Mamã !
    Conseguir aliar tanta graça, a tanto amor...só é fácil para a Linda.
    Mereces mesmo ,os meus parabéns !


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    1. Obrigada, José. Quem merece é ela, o mundo!

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  3. Também faço uso, de forma espontânea, tal como do verbo amar do verbo babar (e sei que não devia...isto são só blogues, não cai bem). Hoje arrisco eu, aqui e agora, Parabéns!!! muitos. :)

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    1. São dois verbos intrínsecos, não são?
      Obrigada, Té. :)
      De vez em quando, temos que nos esquecer disso, de que isto são só blogs :)

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  4. o mundo precisa tanto de (mais) mães como tu, Linda Blue.

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  5. Até eu, que não lhe sou nada (pelo menos não de sangue... Mas gosto dela como se fosse a minha mana mais nova. A que nunca tive) fiquei babada e cheia de orgulho. Como é que um corpo tão pequenino comporta uma alma tão grande? É um dos seres mais doces e genuínos que conheço. Merece tudo de bom que o Universo lhe conseguir dar. Parabéns à família! :D

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    1. Obrigada, querida. Que palavras tão boas de ler, para mim, e ó: vou-lhe mostrar a ela.
      Nem eu sei como é que "aquilo" é possível, num pinguinho de gente tão piqui.
      (E tu és uma grande — literalmente, também — bailarina!)
      Beijinhos :)

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  6. Gostei de ler! Saudações natalícias!

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