E eu devia, por dever de Estado e cidadania, ter escrito uma coisa inteligente.
Em vez disso, perdi-me nas minhas minudências. Não sei quem é que quer saber se me pagam os trabalhos ou não. Ou das minhas aulas de dança. Ou dos cartazes com erros ortográficos. Nem eu quero, quanto mais os outros.
Parece uma grande contradição, senão uma trágica ironia, que uma mulher morta possa ser mãe, enquanto uma viva não, embora, para tanto, tenha que recorrer a um método enviesado, segundo os cânones da Natureza.
Pergunto-me se ser mãe após a morte, assim como ser pai, não é também uma estranha forma de (dar) vida.
Não me sei responder a nada destas questões. Sei que não alugava a minha barriga. Sei que, se, no limite (da pobreza, da angústia, da perda), alugasse, queria ficar com a criança que gerasse (mesmo que viesse doente, sim). Sei que, estando grávida e em pré-morte, quereria que salvassem o meu filho a todo o custo, incluído o da minha própria vida.
Sei tão poucas coisas, que me cabem, todas juntas, na palma de uma mão, e são capazes de voar à primeira brisa que as percorra.
Sei que vivo em Portugal, o país que, na mesma semana, permitiu que uma mulher morta fosse mãe, mas não permite que mulheres vivas decidam sobre o seu corpo para que outras o possam ser.
Difícil ! Muito difícil.
ResponderEliminarTemática muito complicada !
Incapaz mesmo... seria incapaz de pagar / alugar , usar alguém com essa finalidade.
O CR7 fez isso. (filho retirado à Mãe desde o nascimento ).Nem dá para acreditar.
Faz-me mal à pinha !
Idem.
EliminarO CR7 terá as suas razões, e tem o poder económico, que pode transformar qualquer capricho em realidade. Contra toda e qualquer regra natural e humana.