Eu tenho problemas com médicos # 18

Ou

Quando sabes de que sexo é o teu remetente só pelo conteúdo do sms

e não, não é pelo obrigadO.

Eu dou uma pista.

Realizar preparação para uma mamografia.

Fora vestir qualquer coisa que se possa despir apenas da cintura para cima — como seja um par de calças ou uma saia, evitando definitiva e radicalmente o vestido, jumpsuit, ou mesmo o fato-macaco lá da oficina —, não estou muito bem a ver o que mais possa ser. 

Nós, femedo, temos um raio de uma mania de complicar porrinhas. Vamos para o carnaval que é fazer uma mamo + eco, com a lingerie cuidada, evitando a menos bonita e, ainda mais, a excessivamente sexy. Como se alguém fosse vê-la. Metem-nos numa antecâmara, onde nos mandam despir da cintura para cima, e depois uma técnica, mais batida em apertar mamas que um mugedor, entala-nos as meninas numa máquina prensadora, esconde-se lá para trás de uma paredezinha de amianto, ou que genital, e tira-nos uns retratos hardcore segundo escalão, em posições que ainda bem que a minha avó não viveu para saber disto ("Não se mexa"? "A cara para este lado"? "O braço para cima"? "Segure a outra mama e puxe-a para trás"? "Aquele ombro mais para baixo"?).

Cheguei mesmo em cima da hora, eram exactamente 15:10, depois de duas mensagens que diziam "Já cá estou". À segunda, vi-me mesmo obrigada a ter que responder "OK, mas quem leva as mamas sou eu".

Depois do forrobodó, na base da rapidinha, que foi despe-chapa-põe bata-despe a bata-faz eco das guidas, e depois de me ter perdido, por duas vezes seguidas, no corredor de volta à sala de espera, e ainda porque me é absolutamente desumano ter um comportamento humano, à pergunta "Então, está tudo bem?", sai-me, num vozeirão estupidamente grosso, que acho que proveio de outra galáxia (a sério que não fui eu, mas sim um ventríloquo qualquer que ali estava sentado, no meio daquelas pessoas todas, e colocou a voz em mim), "Boas mamas".

(Perdeu-se aqui qualquer coisa.)