Pilates não me preenche. Gosto, mas não me enche as medidas. Não sei bem que paralelo fazer com outra actividade física prazerosa, mas é isso, seus devassos. Aquela sensação de ahhh, que pena... falta aqui mais qualquer coisinha...
Respira, espreguiça, estica, ponte de ombros, aperta as pernas, aperta as nalgas, a cena do soalho pélvico, muita calma, muita gente a gemer e a desistir a meio dos movimentos, parece o rescaldo da batalha da Normandia, um ferro dos genitais, como diria, em parte, o Ega. Eu não vou para lá para ouvir as queixas dos outros, que não sou médica, olha agora. Parece que estou numa aula da terceira idade, mas feita por gente nova e sem tomates.
Vai daí, saí da aula e fui meter-me noutra, intervaladas por dez minutos uma da outra.
Resolvi tomar um café e dirigi-me à máquina, que fica em frente do balcão da entrada, para tirar a bica. Levava uma moeda de 2 euros, que meti na ranhura. Café longo, sem açúcar, que eu tenho a mania das grandezas. "Indisponível". Ok, café normal, sem açúcar. "Indisponível".
Genitais.
Carrego no botão para reaver a moeda e saem quatro de 50 cêntimos. E, porque nunca posso ficar calada,
- Esta não dá café mas, em compensação, dá moedas.
- Mas eu acabei de tomar um café - diz-me a do balcão.
Bom. Ia começar o diálogo inútil, quando eu até estava a falar sozinha.
Ela acabara de tomar um café.
Portanto.
Era impossível a máquina não ter café. A máquina é um alambique inesgotável de café. E eu, uma burra, a quem só falta zurrar - hii-hoon.
- Talvez signifique que você tirou o último café.
Pego nas quatro moedas e afasto-me da máquina. Mas o destino reserva-me coisas.
- Então, meteu uma moeda e saem-lhe quatro, e vai-se embora, assim?
- E vou-me embora, como?
- Com as moedas... elas já estavam na máquina...?
Alto. Pára tudo. A mesma pessoa que não alcança a possibilidade de ter tirado o último café da máquina, também acha que:
a) A máquina dá dinheiro;
b) Alguém deixou moedas na ranhura e eu estou a ficar com elas sem lhas ir entregar a ela;
c) Eu tenho o dia todo para lhe explicar lógica matemática;
d) Eu tenho o dia todo para travar diálogos inúteis;
e) Trago estampada cara de parva;
f) Trago estampada cara de quem precisa de conversar;
g) Ela própria é um ser iluminado.
- Se já estivessem, naturalmente que eu não lhas ia entregar a si. Mais: já não arredava pé da máquina, não lhe parece?
Ainda lá está, com toda a certeza, a fazer o pino de costas para a máquina, à espera que a ranhura de devolução de moedas faça dela mealheiro.
A do balcão teria problemas de insanidade mental?
ResponderEliminarTens a certeza que a máquina não era uma 'slot machine'?
Olha, vou ver o Benfica ;-)
Não. É só tola.
EliminarTambém não. Tenho que lá voltar com outra moeda de 2 :)
Que lo diablo nos acompañe! ;)
Há alguns anos aconteceu-me algo parecido num MB. Começou a dar-me mais dinheiro do que estava a pedir e quando o relatei pelo telefone que lá estava notei uma certa nota de pânico quando ficaram primeiro com a ideia que estava a dar notas sem o registar como estando a sair da minha conta...
ResponderEliminarEsta aqui discutia moedas e, já agora, o princípio...
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