17/11/2014

A Baixa não é lisboeta

Já ontem tive esta sensação: uma pessoa desagua na Baixa e deixa de se sentir em Lisboa. Não há local mais heterogéneo, em toda a cidade, do que aquele. Nacionalidades, raças, etnias, credos, culturas, só não tanto idades. Há poucas crianças - quase só as dos turistas - e adolescentes. Quando se faz um percurso a pé, desde os Restauradores até quase ao fim da rua Augusta, passa-se por centenas de pessoas, desde as que estão paradas sem fazer nenhum - há muitos pedintes e também desocupados, ou aquilo não fosse downtown  - até às que andam para ali, sei lá a fazer o quê. 

Trabalhei ali durante uns anos, e acabei habituando-me àquele registo. Mas agora, mais de um ano volvido sobre o virar dessa página, encaro a Baixa com o mesmo distanciamento com que encarava antes de trabalhar ali. E é curiosa (preconceituosa, maníaca ou tão só realista) a sensação, uma, duas, cinco vezes repetida, naqueles 700 metros para lá, e depois nos outros 700 para cá, de estar a ser seguida, umas vezes mais de longe, outras de tão perto que, se parar o passo de repente, me cai a pessoa em cima das cavalitas.

E o pensamento recorrente:

"Queres-me a mim ou queres-me a mala?" (claro que vocês leram isto depressa, seus destravados. E depois a Porca sou eu).


12 comentários:

  1. podias ter metido uns sapatos, sei lá... foi de propósito a mala!!!

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    1. Olha, não vais sem resposta :P
      A mala é a que tenho a uso. Hoje.
      (pumba!)

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  2. Botas, saias (menos mal...) e malas.
    Depois de tanto prometer (veja-se a história ternurenta dos pepinos, por ex.), este blog está a ficar um poço de futilidades.

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    1. Não gostas, bruto?
      Queres que fale de quê? De bola? De política? De actualidades? De mim? Diz-me!
      Tamãe...
      OK, eu volto à pepineira não tarda. Só para te fazer feliz, môr.

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    2. Venho na maior das boas vontades alertar-te para a (falta de) qualidade do tasco, e ainda me chamas bruto?
      Tá bem... Nem quero mais saber.
      (devias voltar à temática dos legumes, mas é lá contigo. A partir de agora, não estou disponível para mais conselhos bons.)

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    3. Obrigada, e desculpa. A bruta sou eu.
      Perdoas, corazón?
      Vá, agora senta aqui no colinho...
      (posso variar para as frutas, para não cansar o meu pessoal?)

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    4. (não me volto a pronunciar, já disse.)

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    5. (fá-lo. Tu sabes que eu não aguento)

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  3. Eu só consegui reter o facto de te saltarem para as cavalitas, mais nada...

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    1. Deus nunca nos entrega uma cruz mais pesada do que aquela que podemos carregar.

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    2. Depende... imagina que era o Fernando Mendes.

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    3. Desconheces o meu arcaboiço.

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