Ando sempre em contramão. Mas calhou um destes dias ler a lírica de Camões, Alma minha gentil que te partiste
(...)
E
se vires que pode merecer-te
Algũa cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
E lembrei-me então o que é que me lembrava:
(...)
E se vires que pode merecer alguma coisa da dor desta perda sem remédio, rogo-te, meu pai, que pronto me leves a vê-lo, que nestes dias as saudades apertam mais este meu coração trespassado pela dor.
Eu só fui mãe deste filho.E se vires que pode merecer alguma coisa da dor desta perda sem remédio, rogo-te, meu pai, que pronto me leves a vê-lo, que nestes dias as saudades apertam mais este meu coração trespassado pela dor.
Hoje, já não sou mais mãe de ninguém.
(Judite Sousa)
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