Cruzei-me com a mãe da gritona à saída do elevador. Vinha do ginásio. Coitada, nunca foi magra, mas está com um rabo panorâmico.
- Já voltei ao ginásio, estava a ficar um bocadinho gordinha.
[oh, doce ilusão, cada uma vê o percentil que quer ver]
- Então e a gritona?
[directa ao assunto, sem rodeios]
- Agora já não grita tanto...
[coitada, deixou de a ouvir...]
- Já não grita tantas vezes, mas grita mais alto. Tem mais pulmões.
[péssima vizinha. Podia calar-me, tantas vezes...]
- Pois. Eu ando sempre tão cansada que já nem ouço o que o meu marido diz.
[confirma-se a surdez, portanto]
- É normal, uma pessoa que não descansa, acaba por andar a dormir em pé todo o dia.
[isto foi um rebate de abnegação]
- Agora vou levá-la a uma consulta de bebés que gritam, no Hospital de Santa Maria.
[pirou, coitada]
- Consulta de bebés coléricos.
[eu sou um poço sem fundo de sabedoria, com laivos de hipocrisia]
- É isso mesmo...
[pasmada com o meu saber]
Olha, paz à sua alma. A mulher está toda fodida!
ResponderEliminarLiteralmente, senão a criança não teria nascido! :D
EliminarFodida duas vezes, portanto :D
EliminarVárias vezes metaforicamente (gorda, surda e doida) e, pelo menos uma, literalmente! :D
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