O universo continua a querer enviar-me mensagens, das quais desconheço o sentido. Todo o Campo Grande e avenidas novas estão com incríveis buracos na estrada, derivados à chuva que se tem vindo a fazer sentir, mas também, e principalmente, a vários troços de alcatroamento mal feitos. A mim custa-me a crer que a chuva, por muito forte, fortemente que bata, fure o alcatrão, mas isso não quer dizer que não aconteça sempre. É como a internet borregar cada vez que chove. Isto é quase científico, pelo menos para mim, embora tenha alguma dificuldade em angariar seguidores para a minha filosofia. Para além dos buracos da estrada, tenho desde hoje buracos na minha casa. Tudo começou com um cano furado, uma parede que vertia águas como o menino de Bruxelas. Cuidado com o que sonhas. Eu sonhei com um chão novo, eventualmente vou ter um tecto novo e alguma parede nova. O soalho merdoso vai-se manter, de pedra e cal, ou de madeira ordinária. Veio cá um canalizador outro dia, abriu dois buracos no tecto, fechou o cano furado e foi-se embora, dizendo que tínhamos que mudar os canos todos porque aqueles não estavam em condições. Lá está, confirma-se, tudo podre menos o chão. Hoje vieram mais dois meliantes, abriram mais seis buracos no tecto, descobriram mais "fugas", foram partindo, partindo, descobrindo verdadeiras fontes de água fresca em meu lar, até que mo deixaram neste lindo estado, que só as imagens conseguem ilustrar convenientemente. Qualquer dia vem o estucador, põe-me um tecto novo, depois vem o pintor, pinta tudo, e a porra do chão aqui continua, como os buracos do Campo Grande. Com a graça do universo.
Os dois primeiros buracos foram os redondinhos, fofinhos, com os quais convivo há cerca de quatro, seis semanas. Diariamente.
Portanto, 2 + 6 = 8. Tenho oito buracos no tecto de casa. Só me apetece pegar no carro e circular por ali, em plano invertido.
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