Este é sobre erros ortográficos. O título era só para criar um suspense que me apeteceu. Hoje estou um bocado puta da vida, por isso vai de rajada. É por causa dos erros que singram na net. Que pululam* nos blogs. É muito feio e desde já aviso que defeco de alto na opinião camela de quem acha isto um preciosismo de velhos. Eu já era assim aos 15 anos, só se já era velha nessa idade (ai, e era tão gira, era assim como sou hoje, só que com 15 anos). A mim parece-me que as pessoas que publicam alguma coisa que seja para os outros lerem, nem que seja só uma pessoa, como se fosse uma carta, têm obrigação (obrigação, desculpem lá!) de escrever sem erros. A menos que sejam pessoas sem instrução - e essas, em princípio, não escrevem em blogs. Desde que a escolaridade obrigatória passou para o 9.º ano e depois para o 12.º, que já não há desculpas para o pontapé na língua. Toda a gente devia chegar ao 6.º ano a saber escrever sem errar uma única palavra! Mais ainda quando escreve para outros lerem, quando publica para mais um ou para mais mil! Então aquelas pessoas que comentam em jornais online ou em blogs, ainda me transcendem mais. A profusão de erros é tal que só me pergunto em que porra de escola andaram, ou sequer se andaram. Já esquecendo a acentuação (tudo incrivelmente trocado ou ignorado, e vá lá, parem de meter uma minúscula depois do ponto final. O vosso blog não é o chat nem nenhum sms), a triste e recorrente troca do á pelo à, pelo há -, já ignorando que o editor do Blogger, por exemplo, sublinha os erros a vermelho, já dando de barato que, de repente, toda a gente perdeu a noção de o que é que afinal leva maiúscula ou minúscula - mas perdeu essa noção muito antes do acordo ortográfico ter mandado escrever os nomes dos meses do ano com minúscula, agora tudo põe maiúsculas indiscriminadamente. Oh pá, parem de escrever mãe e pai com maiúscula, e não, isso não é sinal de respeito, nem que as vossas mãezinhas são as melhores do mundo, porque não são, é só sinal de ignorância parda -, eu quero perceber por que é que tanta gente troca o a ver com o haver (não tem nada a haver? A haver? Haver é um crédito que se tem sobre alguém, só não tem nada a haver quem não tem troco nenhum para receber, a pessoa a quem não se deve nada!). E as gramas? Quando é que pessoas com alguma actividade intelectual, como quem me paga o ordenado, vão perceber que os gramas são masculino? Outra: até quando vão continuar a confundir o verbo estar com o verbo ter? Sobretudo no pretérito perfeito do indicativo - eu tive lá ontem, dizem (e escrevem!) as felizes ignorâncias. Vá, e não baralhem os tempos dos verbos na mesma frase, ficamos sem saber se já foram tomar café ou se precisam de iríamos à bica, percebem? E quando usarem estrangeirismos, vá lá, por favor, isto é mesmo um pedido a rogar, tipo de joelhos, please, please, please (vêem? Eu sei usar) não chutem com a primeira merda que vos vem à tola, cheia de erros. Bordeaux é uma cidade do país França, não se escreve bordeau, mesmo que se esteja a falar do vinho ou da cor. Já que estamos a falar nisso, vêm e vêem não é a mesma coisa. O do verbo ver é o que tem dois EE. Agora comigo - dois olhos, dois EE. Lindos. E parem de confundir coser com cozer, que me enervam. Eu ajudo à memorização: coser as meias, costura. Cozer a sopa, cozinha. Nada que agradecer. Grunhos. Mais uma coisinha: quando usarem palavrões, como eu faço com o merda e um nico com o porra, que só é calão, façam-no com elegância. Saibam escrever caralho e foda-se num contexto agradável. Senão fodem aquela merda toda, caralho.
* pronto, lá está este ignorante a sublinhar-me a vermelho um termo que ele desconhece. Verbo pulular, meu!
Actualização: aquela extensão da segunda pessoa do singular, no pretérito perfeito do indicativo (é uma embirração povina, ou o que é que se passa com o pretérito perfeito do indicativo, pessoas?), aonde aplicam mais um S - fizestes, comestes, viestes - vou ignorar que existe, a ver se não me rebenta uma veia na zona do cerebelo. Já agora, aonde existe mesmo. Não se escreve a onde. Cssss.
Actualização: aquela extensão da segunda pessoa do singular, no pretérito perfeito do indicativo (é uma embirração povina, ou o que é que se passa com o pretérito perfeito do indicativo, pessoas?), aonde aplicam mais um S - fizestes, comestes, viestes - vou ignorar que existe, a ver se não me rebenta uma veia na zona do cerebelo. Já agora, aonde existe mesmo. Não se escreve a onde. Cssss.
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