04/06/2018

Nutro uma espécie de miminho e manifesta admiração

pelo povo que - embora não lavando no rio e, consequentemente, não talhando com seu machado as tábuas do meu caixão - obriga a que exista uma fila à direita nas passadeiras e nas escadas rolantes (regra que não está escrita em lado nenhum), e a da esquerda lhes fique liberta, para que possam passar, veloz e atleticamente, “có-licença-có-licença”, nomeadamente quando, logo ao lado, existe uma passagem de escadas não rolantes, ou mesmo uma passadeira parada, por onde poderiam exercitar a musculatura e dar largas e compridas à tal da pressa. Por mim, que só não empato quando não posso, estaciono o carrinho do supermercado exactamente ao meio da passadeira, pois não há nada que me tire aquele bufar de impaciência na minha nuca. Cada um tem seus fetiches, e este é o meu.
(Devem ser os mesmos que atravessam em diagonal nas passadeiras. Ou que se metem pela direita, sem pisca, pisando o traço contínuo. Ou que tentam passar “subrepticiamente” à frente em todas as filas que apanham. Os outros que esperem, o Mundo que pare, porque eles têm pressa.)
(Mas que mal fizeram as mãezinhas destes entes para estarem sempre na forca?)

4 comentários:

  1. Em relação às escadas rolantes do metro, lembro-me que existia uns avisos para os "utentes" se manterem à direita.
    Em relação às passadeiras rolantes confesso que tenho um qualquer problema cerebral que faz com que não consiga andar numa passadeira rolante que esteja parada. Principalmente o entrar e o sair causa-me um grande desequilíbrio. Se calhar sou maluca.

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    1. É capaz de ser verdade, Ana, eu é que ando sempre noutro mundo e não presto atenção ao essencial.
      Por acaso, conheço uma pessoa que tem fobia de escadas rolantes. Eu o que tenho é confusão com as riscas das escadas paradas. E o tamanho dos degraus. Se calhar também não meço bem os alqueires todos :)

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  2. Não aprecio os que vão tirar o pai da forca, ou a mãe, mas tb me irrita imenso aquela malta que está a andar como se estivesse permanentemente a fazer turismo e a observar tudo à sua volta, ainda que estejam num centro comercial ou no super mercado...

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    1. Esses do supermercado transcendem-me. Vão famílias inteiras observar as estantes como se estivessem no Louvre. E o pessoal que tira fotografias com o shopping center como pano de fundo? Hã? Mêmu cultural!

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