26/03/2018

Splash

Aqui há tempos, tipo ontem, acordei a sentir-me uma sereia [e não metade mulher, metade baleia — e não, a piada não é minha]. Atendendo a esse facto, e logo após puxada aula de dança, vai de me meter noutra aula, igualmente de dança, mas, desta feita, imersa — e só não submersa porque é suposto deixar as cabeças, minha e dos outros que lá estavam, fora do charco. 
É claro que, entre uma aula e outra, duchei-me. Se a ideia de ir boiar no suor alheio já me deixa apreensiva, que direi da contrária, e dá-se que sou humana de respeitar extremamente o próximo, sobretudo quando ele está efectivamente próximo. 
Enverguei então fato de banho próprio para a ocasião — horrível, como são todos os fatos de banho de natação —, chinelos —, minhas havaianas high heels — e touca, aquele penico que não fica bem a ninguém (de tal modo que não sei como é que o pessoal das praxes académicas ainda não se lembrou de substituir os penicos por toucas de natação), daí que seja impossível ficar-me bem a mim. Na verdade, levava duas toucas, uma em cima da outra, porque uma só não me segurava o cabelo e precisava da outra para segurar a primeira. Para além disso, fui um bocadinho maquilhada (coisa leve, um rimelzinho e um nico de base + anti-olheiras, pois que enfrentar a aula de chapinhanço com olheiras é que jamé-salomé), tendo em conta que não tencionava mergulhar (ou não era suposto, melhor dizendo). Esqueci-me, ou ignorei, a possibilidade da ocorrência de salpicos, derivados ao facto de existirem em todo o lado adultos imaturos e inconscientes, brlá-brlá-brlá.
Apesar de ser eu, acho que correu tudo muito bem. Pelo menos, acertei com a porta para a piscina, não escorreguei em lado nenhum, nem o fato de banho encolheu comigo lá dentro. Fora o facto de as duas toucas terem ameaçado, logo ao início das actividades, saltarem-me da cabeça (imagino que em simultâneo), e ter tido que pedir socorro à titcha, que, mal suspeitando que eu já tinha duas, me atirou mais uma (o que me há-de ter feito ficar parecida com Stewie Griffin, aquele bebé maléfico e macrocéfalo); fora ainda ter-me dirigido à única louca que frequenta aquelas aulas para fazer par comigo numa actividade a dois; descontando também ter saído da banheira com um dos olhos (ao menos que fossem os dois!) a borrar, qual guaxinim zarolho, de resto, acho que o cômputo foi assaz positivo.
Voltarei. (Ainda não sei se isto é uma promessa ou uma ameaça.)




4 comentários:

  1. Daí a minha preferência pelo Tom Sawyer, no Mississippi não se exige toucas, chinelos, nem sequer roupas!

    Totally free!
    😎

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    1. Ui, mas aquilo é uma vida demasiado à solta (e perigosa) cá para os meus cânones urbano-não-depressivos :)

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  2. Anónimo26/3/18

    credo, até fiquei transpirada só de imaginar tanta ação em tão pouco temp+o. sou mesmo uma lesma, aqui sentada no meu sofá cinzento a ganhar colesterol do bom, do mau e do péssimo.
    beijinhos e boa semana.

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    1. Oh, eu, que não tenho um sofá tão bonito como o teu, e apesar de tanto moove, também acumulo isso tudo, Mia. Acho que se chama paz :)
      Boa semana também. Beijinhos

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