Era uma zona de restauração de um centro comercial, e eu estava sentada. Não que seja o melhor sítio para se tomar uma refeição, mas seguramente o mais apto para comer qualquer coisa, esse conceito tão português, semelhante a enganar a fome, matar o ratinho (ai, coitadinho), sossegar o leão que nos devora as entranhas (expressão da minha lavra, de que muito me orgulho) e etecetera. A umas mesas adiante da minha, estava um casal com um bebé. Ele segurava a criança no colo, o prato dele arrefecia à sua frente, enquanto ela comia — a sobremesa. Pouco depois, passou por mim outro casal: ela, à frente, procurava mesa; ele, atrás, segurava o tabuleiro com a refeição dos dois com uma mão, e com a outra empurrava o carrinho, onde estava sentado o filho de ambos — um carrinho de bengalas que, conforme se sabe, é muito mais difícil de conduzir com recurso a apenas uma mão.
Não gosto nada da conversa de os pais ajudarem em casa. Isso pressupõe que há um dos dois que tem uma obrigação, que o outro alivia um pouco, cumprindo por ele uma parte daquela. Mas também gostava de perceber como é que, actualmente, os casais que têm filhos pequenos, chegaram à conclusão de que o que está a dar não é a repartição de tarefas, mas sim a delegação no pai, elemento masculino da parentalidade, de todas e quaisquer. Palavra que já me dá dó os pobres coitados, assoberbados de trabalhos com a cria — que, mal ou bem, acho que fizeram a meias —, e depois chegam a casa, dão banho, dão refeição, põem a dormir e mais não sei quantos canecos. Aquilo ocorre como? Sob a chibata da ditadura das mamãs?
Ai, desculpem, mas eu sou um nico machista, detesto desigualdades.
(Qualquer dia, vestem-lhes a burqa, a ver se eles não olham para as outras.)
(Chiça, como diria a minha antiga chefe.)
(Fonix.)
Não gosto nada da conversa de os pais ajudarem em casa. Isso pressupõe que há um dos dois que tem uma obrigação, que o outro alivia um pouco, cumprindo por ele uma parte daquela. Mas também gostava de perceber como é que, actualmente, os casais que têm filhos pequenos, chegaram à conclusão de que o que está a dar não é a repartição de tarefas, mas sim a delegação no pai, elemento masculino da parentalidade, de todas e quaisquer. Palavra que já me dá dó os pobres coitados, assoberbados de trabalhos com a cria — que, mal ou bem, acho que fizeram a meias —, e depois chegam a casa, dão banho, dão refeição, põem a dormir e mais não sei quantos canecos. Aquilo ocorre como? Sob a chibata da ditadura das mamãs?
Ai, desculpem, mas eu sou um nico machista, detesto desigualdades.
(Qualquer dia, vestem-lhes a burqa, a ver se eles não olham para as outras.)
(Chiça, como diria a minha antiga chefe.)
(Fonix.)
E falaste muito bem !
ResponderEliminarA esses pais "delegados ",só lhes resta :
dar mau banho /tipo molhar o wc todo + algum shampoo nos olhos + entornar metade da refeição + dar mau colo ,etc.
Não ter jeito ...ser muito desajeitado...
Nada como ter má fama...ou há repartição ou há mau jeito !
Eu sempre dividi ! Agora totós ...
:)))
Esse é o truque masculino para não terem que fazer, confessa lá... ;)
EliminarSim, mas reparti, dividir, tudo bem. Agora, só um com tudo, seja a mãe ou o pai, acho o cúmulo.
é iss, e eles carregarem as malinhas delas , ou na rua, ou noutros sítios, como se as damas pudessem ganhar uma hérnia ao levarem ao ombro toda a tralha que depositam nos contentores que compram, seguindo a ´ultima tendência da Mango, ou H&M, ou outra, sei, lá eu. estou contigo. não há há cá "ó, que bom, que me ajuda a pôr a mesa", são dois, reparta-se a fatia.
ResponderEliminarSim, ainda ficarem agradecidas. Ou eles, qualquer dia, agradecidos porque elas dão uma refeição ao bebé. Mas onde é que já se viu?
EliminarOlha n sei do q falas. Por acaso ultimamente cá em casa até tem havido alguns "desaguisados" pq o gajo se anda a baldar demasiadas vezes... ;) (mas já o estou a meter na linha, q a vida custa a todos e tb trabalho)
ResponderEliminarOlha, se calhar nem eu :)
EliminarFalo do que vejo. Quem me garante que aquilo, entre quatro paredes, não é o inverso?
Também conheço pessoas que, na rua, são os melhores pais do mundo e, dentro de portas, nem tanto.
E conheço casais em que ele faz tudo - literalmente tudo - o que se relaciona com o bem-estar dos filhos, enquanto ela, coitada, relaxa.
Deve haver de tudo um pouco e um muito e um demasiado.
Pois 8 e 80
ResponderEliminarconcordo que devia ser partilhado sem exageros
Blog LopesCa/Facebook
Sem dúvida. Existe o 44, ali a média entre os dois. Mas parece que a tendência, quando se tenta equilibrar, é a de redesequilibrar...
EliminarA partilha de tarefas faz-se entre duas cabeças autónomas, dialogantes e capazes de tomar iniciativa. Não é com paus-mandados que se alcança a verdadeira e igualitária repartição de tarefas.
ResponderEliminarUm beijinho, querida Blue :)
Tal e qual, Miss Smile. Deve ser um esquema qualquer que obedece àquela teoria que eu refuto em absoluto, mas que tem alguns adeptos "Há uns que nasceram para mandar, outros para serem mandados". Boa teoria, que serve que nem uma luva para quem não quer fazer nada, a não ser dar ordens.
Eliminar(Comentámo-nos em simultâneo :))
Um beijinho, querida Miss Smile