A vizinha e eu encontramo-nos à porta do prédio que, no fundo, é o tecto de ambas.
- Parece que outro dia percebi que precisa de aumentar a sua casa...
Preciso. Sapatos. Malas. Livros. Não necessariamente por esta ordem (escrevi isto para me armar em intelectual da merda, porque estou mesmo preocupada é com as malas e os sapatos e sou oca como um balão de hélio, só me falta a voz ridícula com que se fica quando se aspira). Nem é tanto roupa, mas também ajuda. Tenho as minhas malas a amolgarem-se umas contra as outras. Os sapatos estão por todo o lado. Não sei se já disse que estou preocupada com as minhas malas e com os meus sapatos. Nem durmo.
- Sim. Sinto falta de espaço.
Esta é a única verdade. E é uma verdade literal e metafórica. Asfixio.
- Sabe, eu não sou uma pessoa muito apegada a casas. E até vendo a minha casa, mas isto está tão mau...
Desatei a ouvir violinos. Não, espera, eu nem sequer gosto de violinos. Piano. I like Chopin.
Pronto. Já só me falta o dinheiro.
(primeira medida a tomar: deitar fora a porcaria do tapetezinho da entrada, onde toda a gente se descalça. Deve tresandar a chulé)
(primeira medida a tomar: deitar fora a porcaria do tapetezinho da entrada, onde toda a gente se descalça. Deve tresandar a chulé)
Estás a um tapete de desalojar a vizinha :D :D
ResponderEliminarSai ela, sai o tapetinho da entrada, sai o escritório na zona sinistra, sai a filha gritona (que é querida, querida, mas berra...), saem as paredes roxas, e também espero que carregue com ela o marido, que esse não tem ponta por onde se lhe pegue, nem para lavar as vistas .D
EliminarNão há lá nada que preste, estou a ver :D Paredes roxas? Porquê, meu Deus? :D
EliminarAgora é que a vizinha começa a fazer barulho todas as noites... :)
ResponderEliminarJá faz, a patifinha da filha.
EliminarElas que não pensem em medir decibéis comigo... :)
Ah, como eu entendo esse dilema das malas, e dos sapatos( e...dos livros, claro). ;)
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