18/02/2014

Da felicidade de não ter facebook

Não tenho, nem nunca tive. E quase posso assegurar que nunca terei, embora a idade e a experiência me digam "Nunca digas 'Desta água não beberei'" mais vezes do que nunca e sempre. Eu lido menos mal com a exposição pública, mas aquela que eu consinto e (julgo que) consigo controlar. Lido pessimamente com espiolhanços na minha vida. Se já me tinge os cabelos de branco, acelerando as vezes que tenho que os pintar por ano, ter sempre a caixa de email e de sms cheia de Sephoras e Perfumes e Companhia e Loja das Meias (onde nunca me lembro de ter comprado nada!), com promoções absurdas (na compra de um coffret de € 50,00, fazem-me 10 % de desconto no total da minha compra. Ó pá, vão cagar à mata), que direi de ter o vizinho de cima, com o qual pouco mais troco do que bom dia e boa tarde, a saber a que horas é que eu cago? 

[Tem piada, esta cena escatológica que me persegue. Um dia vou levá-la de bandeja (não literalmente) a um psi, e ele que desvende a chave do meu obsessive compulsive drama]. 

Mas medo-medo, faz-me esta coisa de o povo se conectar, amigar, interligar ou que raio, com alguém que não conhece, desatar a interagir, pular para a vida real, depois escarrapachar na página, angariar aplausos e amens, promover um julgamento sumário em praça pública com sentença directa, tudo por... cinco-dez-quinze minutos de fama? Ah, tá. Not.


4 comentários:

  1. Já estive mais longe de desistir do facebook.

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    1. Acredito. Não conheço ninguém que não vá para lá comportar-se como se tivesse menos dez anos e depois não transporte essa "idade mental" para a vida real. Fora o resto, claro.

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    2. Não é que tenha acontecido comigo, mas incomoda-me a facilidade com que se resvala para o insulto e enxovalhamento público.

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    3. E a capacidade de resposta que, muitas vezes, os visados do insulto têm? E o rebolanço na lama que se gera logo a seguir? Livra! Em peixarias é que ninguém me apanha!

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