É que, qualquer dia, levo uma destas ideias, senão brilhantes, pelo menos luzidias, a um Shark Tank qualquer, atiro lá para o charco tanque uma delas, e saio de lá em ombros, podres da rica.
Estava eu outro dia parada num dos muitos semáforos vermelhos com que a vida me brinda diariamente, ocupando para aí a quinta posição, mais minha Rosinha, sabendo de antemão que, assim que abrisse o verde, ainda ficaria parada no vermelho mais uma vez - porque ninguém tem a primeira engatada, tanto na manete como na tola, e a mensagem de que já abriu o verde leva cerca de vinte segundos a chegar ao cérebro -, quando a seguinte luz baixou nas minhas sinapses: então e se, no preciso momento em que acende o verde no semáforo, o próprio emitisse um som suficientemente alto, indiscutível, inconfundível, de que é para avançar? Algo como um mugido, um apito insuportável ao ouvido humano, um estilho de feedback, algo capaz de acordar os mortos. As energias que isto não poupava: o primeiro da fila, acordado do torpor e sonhos bons em que se mergulha nos semáforos, o segundo a não ter que dar à buzina, os restantes a não terem que ranger dentes e proferir vernáculos indecentes. Toda uma poupança.
(Também tenho na calha lançar a moda da roupa amarrotada, para nos livrar do ferro quando as criadas estão de folga/ de férias/ de burro.)
(A minha, durante o ano de 2020, terá trabalhado nove meses e ganho catorze ordenados. Os restantes cinco, se não me falha a matemática, tê-los-ei trabalhado eu. Directamente para a categoria “só a mim não me saem empregos destes”.)
Gosto da ideia do semáforo sonoro, até podia ser uma musiquita digo eu, para alegrar a malta nestes dias cinzentos de outono. Gosto mesmo da ideia.
ResponderEliminarBeijinhos :)
Por mim, eram brados e mugidos, porque o povo já dorme nos semáforos, que faria com musiquinha.
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Beijinhos, Esquilinha :)